Eu uso minhas pinturas de décadas anteriores para rasgar, criando assim, outros espaços/corpos, criando em cada gesto, um ritual de despedida. Busco agregar estes rasgos fragmentados como colagens às novas pinturas onde, passam a ser elementos com os quais posso sobrepor e combinar, cerzir e emendar. Busco enxergar através do espaço e das fissuras. Crio rupturas buscando um desvelamento do mundo que se apresenta de fundo. Fendas se acumulam reconfigurando paisagens e gerando outras percepções e significações. Neste processo, exploro espaço e tempo , a impermanência e a transitoriedade das coisas. Faço uso destes fragmentos coletados e colecionados sobre diversos materiais como: canvas, tecido de linho, papel de alta gramatura, madeiras e chapas de MDF. Utilizo também nesta exploração: fragmentos de poemas escritos, linhas desenhadas com giz de cera oleoso ou pastel seco, papeis artesanais e japoneses pintados com nanquim, sugerindo algumas cartografias. Faço trabalhos em escalas distintas, buscando volumes e fluidez.